quinta-feira, 19 de abril de 2012

O fusca ligeirinho e a kombi barulhenta

 
O motor trabalhava sem parar, as engrenagens giravam e giravam. O escapamento quase derretia de tanto calor. O fusca Ligeirinho era azul com algumas pintas vermelhas que enfeitavam com enorme elegância seu capô. Porém não dava para reconhecê-lo, só se podia ver seus enormes olhos brilhantes, na escura noite de Vivelândia.
A apenas cinco quilômetros dali se escutava um barulho estarrecedor. As matas, por onde passava, se desdobravam com o sopro do escapamento da Kombi toda na cor amarela, um amarelo debotado de tanto andar pelo mundo a dentro.
Ambos estavam vindo na mesma direção. Um quase voando e o outro matando, com o barulho como o de um dragão, quem passasse por volta.
Ligeirinho avistou a Kombi a um quilômetro de distância. Seus freios rosnaram, secaram e gritavam, rapidamente parou e ficou esperando a hora do confronto.
A Kombi com seus olhos cegantes, focou diretamente ligeirinho, o confronto foi inevitável, a batida iria acontecer. Uma enorme chama clareou a noite, o calor do fogo sapecou as plantas ao redor. Os dois carros se reduziram à cinzas.
No meio de todo o tormento surgiu uma esperança, não estava tudo acabado (...) os olhos se abriram; ere uma manhã fria e já era hora de acordar.

As aparências enganam


Era uma noite escura, a lua estava em sua fase mais oculta, quase invisível, no céu não se via uma nuvem sequer, apenas estrelas. Já passava da meia-noite quando o som dos passos começou, longe, praticamente inaudível, e foi aumentando. Na rua que levava ao cemitério dificilmente ouviam-se passos, ninguém fora corajoso o suficiente para construir casas por perto, mas ela estava em perfeitas condições.
Logo na entrada dessa rua, o facho de uma lanterna tremulava iluminando alguns metros a frente, atrás dessa luz vinham duas pessoas, Eduardo e Maya.
Eduardo era cerca de uma cabeça mais alto do que Maya, tinha cabelos escuros, próximos ao preto, e olhos do mesmo tom. Vestia jeans folgados, aparentemente prestes a cair, uma camiseta cinza simples e por cima uma jaqueta azul-marinho. Maya tinha olhos verdes e cabelos castanhos, que pareciam estar indecisos entre liso e ondulado, os quais trazia presos em um rabo-de-cavalo alto. Vestia uma blusinha de mangas compridas em tom róseo e jeans skinny. Por trás de seu rostinho meigo e seu corpo magro, Maya escondia uma personalidade envolventemente forte.
Eduardo e Maya eram perdidamente apaixonados um pelo outro. Estavam andando de mãos dadas por essa rua com o objetivo de chegar ao mirante que havia no fim dela, do qual podia-se observar a pequena cidade logo abaixo. O mirante quase nunca era visitado, principalmente durante a noite, pois para chegar até ele era preciso passar em frente a entrada do cemitério, mas isso não impediria o casal.
A caminhada era longa, quase uma hora no ritmo lento que eles estavam. A lanterna estava com Eduardo e ele vinha fazendo brincadeiras para assustar a namorada, que fingia estar realmente com medo, logo no começo da estrada em uma dessas brincadeiras o facho de luz incidiu sobre algo que brilhou e chamou a atenção dos jovens, era uma motocicleta preta, mal estacionada, na pressa que devia estar seu dono. Não havia ninguém por perto.

O casal deu um passo em direção ao veículo quando alguém passou correndo por trás deles. Os dois soltaram as mãos e se viraram justamente no momento em que um chute acertou a lanterna espatifando-a. Alguns segundos se passaram... Maya foi pega bruscamente pela cintura e teve a boca tampada com a mão. Eduardo mal escutou esse acontecimento e só percebeu que sua namorada havia sido capturada quando o sequestrador ligou a moto e saiu em disparada rumo ao cemitério. Desesperado, ele saiu correndo atrás da moto, mas logo teve de diminuir o ritmo já que estava sem luz e não enxergava nada.
Maya se viu em cima de um veículo que, em alta velocidade, passou pelo portão do cemitério e parou derrapando. Então foi arrancada brutalmente e, com os pulsos presos pelas mãos do sequestrador, foi guiada até o fundo do cemitério, pressionada contra o muro, foi virada de frente para o sequestrador, que estava com o rosto oculto pelo capuz da jaqueta. Só se via o seu sorriso debochado e bestial. Maya percebeu as intenções do sequestrador, e quando ele se aproximou e estendeu o braço para agarrá-la, Maya se esquivou, agarrou-o torcendo nas costas do sequestrador e passou uma rasteira derrubando o sujeito de cara na grama.
Maya era lutadora de judô e usou seus conhecimentos para imobilizar o sequestrador enquanto amarrava as mãos e os pés dele usando os cadarços dos seus tênis como cordas. Ela nem se deu o trabalho de ver quem era, apenas saiu do cemitério andando calmamente, justamente quando Eduardo, já sem fôlego de tanto correr, alcançavam o portão. Ele deu uma olhada lá dentro, e vendo a situação do sequestrador, começou a rir enquanto abraçava Maya pela cintura e os dois caminharam em direção ao mirante.

Autoras: Aletya, Marla, Adhia.


Porto Vitória

Porto Vitória, cidade pequena, repleta de muito verde, banhada por belas cachoeiras, as quais enriquecem sua natureza  tornando –a exuberante para os olhos de quem vê, habitada por um povo hospitaleiro, rico em cultura e tradições trazidas da Europa.
                Pequena cidade com enormes valores históricos  foi ponto de chegada e distribuição de mercadorias, as quais eram enviadas das cidades vizinhas para outros destinos.  Por ser último local onde o rio podia ser navegado, tornou – se ponto de parada e assim iniciou a colonização por imigrantes alemães vindos do sul do País. Com eles trouxeram a culinária, arquitetura e costumes, os quais são cultivados até hoje, como exemplo temos a Eiwanderfest, tradicional festa realizada no mês de outubro, em comemoração à imigração, durante os festejos são apresentadas danças e  músicas tradicionais além da deliciosa culinária típica. Mas suas atrações não acabam por aqui, ainda pode deslumbrar-se com as construções rústicas e com a estrutura do Porto Vitória Esporte Clube – reconhecido nacionalmente por ter molas na estrutura da pista de dança, o que torna curioso.
Para aqueles que preferem algo mais tranquilo, pode optar pela natureza. Suas belezas são exibidas desde o portal, de onde se pode  ter a visão panorâmica das corredeiras do rio Iguaçú. Descendo em direção à entrada da cidade observa-se a mais bela cachoeira a desaguar, dando um toque todo especial a este pequeno paraíso.