O motor trabalhava sem parar, as engrenagens giravam e giravam. O escapamento quase derretia de tanto calor. O fusca Ligeirinho era azul com algumas pintas vermelhas que enfeitavam com enorme elegância seu capô. Porém não dava para reconhecê-lo, só se podia ver seus enormes olhos brilhantes, na escura noite de Vivelândia.
A apenas cinco quilômetros dali se escutava um barulho estarrecedor. As matas, por onde passava, se desdobravam com o sopro do escapamento da Kombi toda na cor amarela, um amarelo debotado de tanto andar pelo mundo a dentro.
Ambos estavam vindo na mesma direção. Um quase voando e o outro matando, com o barulho como o de um dragão, quem passasse por volta.
Ligeirinho avistou a Kombi a um quilômetro de distância. Seus freios rosnaram, secaram e gritavam, rapidamente parou e ficou esperando a hora do confronto.
A Kombi com seus olhos cegantes, focou diretamente ligeirinho, o confronto foi inevitável, a batida iria acontecer. Uma enorme chama clareou a noite, o calor do fogo sapecou as plantas ao redor. Os dois carros se reduziram à cinzas.
No meio de todo o tormento surgiu uma esperança, não estava tudo acabado (...) os olhos se abriram; ere uma manhã fria e já era hora de acordar.
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